Quando foi interrogado pelos policiais sobre a morte da esposa e da filha, no final da manhã de ontem, terça-feira (27), João Augusto Borges, de 21 anos, demonstrou total frieza ao relatar que “se livrou de um problema” e estava mais aliviado.
O problema? Não querer terminar o relacionamento com Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, a ponto de pagar pensão alimentícia para a filha, Sophie Eugênia Borges, de 10 meses.
Na entrevista coletiva nesta tarde, o delegado Rodolfo Daltro trouxe detalhes sobre o depoimento de João, que se mostrou frio e sem remorso sobre o crime. Ao ser questionado sobre voltar para a casa e dormir, ele disse que se “dormiu melhor”.
“Qual que era o problema? Ele não queria terminar o relacionamento para não ter que pagar pensão para a ex-mulher em relação à criança, o bebê de 10 meses. Eles estão juntos há cerca de 2 anos e a criança nasceu há 10 meses. Ele me relatou que cerca de 8 meses atrás, após o nascimento, começaram a ter problemas e se via muito atarefado com o cuidado da criança e também as despesas estavam sendo muito altas”, disse o delegado.
Daltro ainda pontuou que após todos esses meses, João teve a ideia de matar a companheira e a filha, que chegou a ser comentado para uma testemunha, que não chegou a “botar fé” que o acusado faria tamanha crueldade. Porém, fez.
A crueldade, inclusive, atingiu também os policiais civis que faziam o interrogatório e estavam na sala no momento da confissão e tiveram que parar por diversas vezes o depoimento, pois os detalhes foram considerados pesados e cruéis.
“Eu tenho 11 anos de polícia, havia um policial ali na sala, com 22 anos, repito que tivemos que parar. Há certo momento que eu paro, eu como pai, e eles também, os outros policiais que estavam na sala, de tamanha brutalidade e tamanha frieza em relatar, dizer que, como um ator, assim, são detalhes muito grotescos”, comentou o delegado.
Testemunha relatou que assassino planejava matar esposa e filha há dois meses
Há pelo menos dois meses, João Augusto estava planejando cometer o assassinato de Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e de Sophie Eugênia Borges, de 10 meses, esposa e filha respectivamente, em Campo Grande.
A informação foi repassada por uma testemunha que conversou com a polícia e mostrou que o plano vinha sendo arquitetado há meses, ou seja, premeditado. Porém, as ideias apresentadas pelo assassino eram tão cruéis, que a testemunha “não botava fé” que ele poderia cometer o crime.
O delegado Rodolfo explicou que a testemunha chegou a ser questionada pelo acusado sobre “se sabia como usar aqueles nós para prender bem os pés e as mãos, porque ele pretendia matar as duas” e até mesmo naquele período, já tinha intenção de queimá-las.
“Era tão absurdo o que ele [João] relatava que na palavra [da testemunha], não botava fé, de tão cruel, e a pessoa chegou a perguntar assim, ‘isso é uma criança, você vai matar sua própria filha?. Sim, melhor que tudo é não ter que pagar pensão&39;”, disse Daltro em entrevista coletiva.
A testemunha ainda frisou no depoimento que João pretendia, inicialmente, esfaqueá-las, mas mudou de ideia durante os últimos dias e foi para o ato de esganadura e enforcamento.
Essa testemunha, inclusive, apresentou uma mensagem para os policiais, onde dizia que João pretendia queimar logo os corpos, pois eles teriam começado a exalar mau cheiro.