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Emoção marcou a colação de grau da Licenciatura Indígena na UFMS-Aquidauana

Publicado em 20/04/2019 Editoria: Educação


Na noite de quarta-feira (16), 87 formandos da Licenciatura Intercultural Indígena do Câmpus de Aquidauana da UFMS colaram grau. A cerimônia reuniu familiares e amigos dos graduandos de diversas etnias e contou com apresentações culturais.
 
Na solenidade, o reitor Marcelo Turine lembrou que as comunidades indígenas vivem na terra e da terra, conhecendo os segredos do ambiente em que habitam, com ele estabelecendo laços de harmonia, paz e equilíbrio. A natureza que as cerca é parte de sua vida.
 
Conhecem a biodiversidade, os segredos das plantas e animais essenciais para a preservação do planeta. “O desafio das comunidades indígenas é a educação de forma que possam se instruir sem se deixar destruir. Preservar a riqueza da diversidade é relevante. Promover o desenvolvimento da comunidade a partir de seus saberes, do conhecimento que nasce dentro da comunidade deve ser estimulado pelo Poder Público, pela sociedade, e a educação faz parte deste processo”, afirmou. Para o reitor, a UFMS se orgulha de poder fazer parte deste processo e demonstra sua gratidão às comunidades indígenas por se integrar nesse sonho.
 
Claudinei de Souza, concluinte da graduação, reforçou que se trata da realização de um sonho de toda a comunidade. “É o resultado de uma luta do movimento indígena, de lideranças que buscaram o atendimento a essa demanda do nosso povo. Com essa formação, não só o povo indígena obtém ganhos em educação, mas também a educação brasileira de uma forma geral”, afirmou.
 
Para Sérgio de Oliveira, coordenador geral de Educação Indígena, Quilombola e do Campo do Ministério da Educação (MEC), o momento é de alegria. “É uma honra estar aqui na colação desses 87 professores. Além de incentivar e promover as políticas para a realização desse sonho, o MEC tem direcionado esforços para o acompanhamento in loco, mais próximo. Anteriormente viemos saber das necessidades, trabalhamos juntos e agora compartilhamos essa alegria”, disse.
 
“Acompanho o desenvolvimento da formação indígena desde o início, participando da comissão nacional escolar indígena, na qual discutimos a criação desse curso e como viria a nos atender. É com felicidade que participo deste grande dia. Hoje cada vez mais professores atuam em sala de aula e em atividades dentro de suas comunidades com o diploma em mãos. Agradeço à Universidade pela parceria e também pela realização de outro grande sonho, a institucionalização do curso, tornando-o permanente na UFMS”, afirmou o professor e representante indígena Alberto França Dias.
 
Licenciatura
 
Inicialmente ofertada por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (PROLIND), a Licenciatura Intercultural Indígena foi institucionalizada pela UFMS em 2018.
 
Para a coordenadora, professora Onilda Sanches, os benefícios são inúmeros, entre eles a possibilidade de ingresso por meio do Sisu e do Vestibular de interessados que não necessariamente estejam em sala de aula ainda e a possibilidade de um corpo docente próprio. “Inclusive no momento temos um concurso aberto voltado a professores indígenas com mestrado. A Licenciatura Intercultural Indígena é uma formação específica para as escolas e contextos sócio culturais indígenas de caráter bilíngue e intercultural, na qual são discutidas as implicações culturais e linguísticas no ensino considerando os conhecimentos tradicionais e universais”, lembrou.
 
 
Reitor da UFMS, Marcelo Turine; Coordenadora da Licenciatura Indígena, Onilda Sanches Nincao; Pró-Reitor de Graduação, Rui Costa; Coordenador de Educação Indígena do MEC, Sérgio de Oliveira
 
A turma de 87 graduados ingressou na UFMS em 2015 e realizou quatro anos de atividades sob a pedagogia de alternância, com períodos de aulas na universidade (Tempo Universidade) e nas aldeias (Tempo Comunidade). Os professores se graduaram conforme a habilitação escolhida: 25 em Matemática e Educação Intercultural, 23 em Linguagens e Educação Intercultural, 19 em Ciências Sociais e Educação Intercultural e 20 em Ciências da Natureza e Educação Intercultural.
 
Texto: Ariane Comineti
 


› FONTE: UFMS - Aquidauana