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Homem que furtou corpo disse que tinha pacto de amor eterno com vítima

Publicado em 15/02/2019 Editoria: Polícia


Sob uma árvore, na chácara onde mora em Campo Grande, José Gomes Rodrigues abriu uma cova rasa perto da entrada da casa, forrou o buraco com tapete e cercou de travesseiros o corpo da mulher que perseguiu durante a vida.
 
A obsessão  o fez pensar em enterrá-la sob a janela do quarto dele, mas não deu certo. Rosilei Poltronielli foi sepultada pela segunda vez com roupas escolhidas por José, depois de ter o corpo furtado pelo homem com o qual conviveu por mais de 20 anos.
 
A versão romantizada da história surreal, com episódios de violência em vida e morte, é contada pelo primo dele, que ajudou a polícia a desvendar o mistério iniciado com a violação na última terça-feira, em Dois Irmãos do Buriti, a 83 quilômetros de Campo Grande.
 
Edson Maciel Gomes prestou depoimento e foi liberado. José é ex-tenente, excluído da Polícia Militar, mas ainda não foi encontrado. Por isso, só o primo acompanhou a polícia até a chácara na tarde de ontem e ali revelou a localização do corpo, para alívio da família e fim de uma tragédia que começou com facadas em um bar, no sábado passado.
 
Ele participou da elaboração e execução do plano de “resgatar” a amada do cemitério, para cumprir "pacto de amor eterno", conforme relato de José. “Segundo o primo, ele alegou que os dois tinham feito um pacto. Que quem morresse primeiro, buscaria o outro para ficar junto para sempre. Depois do furto, abraçou, chorou e no caminho até aqui ficou o tempo todo conversando com o corpo dela, dizendo que ia amar pela vida toda. Antes de enterrar, ainda lavou os cabelos dela com shampoo”, detalha a delegada Nelly Macedo, de Dois Irmãos do Buriti.
 
Para ela, o caso revela muito sobre violência doméstica. "Mostra o que é o sentimento de propriedade, típico de violência doméstica contra as mulheres. É o pensamento de todo agressor", reforça.
 
Rosilei foi esfaqueada em bar de Terenos no dia 9 de fevereiro, depois de discussão com o trabalhador rural Adailton Couto. O autor foi preso e ela morreu no hospital, no domingo passado, em Campo Grande. Os últimos episódios de vida e sepultamento, revelam uma mulher morta várias vezes pelos homens.
 


› FONTE: Campo Grande News