Droga saiu de Corumbá, fronteira com a Bolívia, e a apreensão aconteceu em Uberlândia, Minas Gerais
Equipes da Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), atuando em conjunto nos estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, apreenderam, nesta quarta-feira (3), aproximadamente 420 quilogramas de cocaína em um caminhão bitrem que transportava minério de ferro. A ação ocorreu em Uberlândia (MG), durante fiscalização a um veículo que saiu de Corumbá, a 426 quilômetros de Campo Grande.
Segundo a Polícia Federal, a droga estava ocultada sob a carga de minério, e a apreensão contou com o apoio de cão farejador. O motorista do caminhão foi preso em flagrante e encaminhado à corporação. O veículo e o entorpecente também foram apreendidos.
O suspeito deverá responder pelo crime de tráfico interestadual de drogas. Esta é a terceira apreensão de cocaína em carga de minério em menos de 30 dias.
Em novembro, foram duas apreensões de droga em carga de minério de ferro. A primeira aconteceu no dia 6 de novembro, em Campo Grande. O veículo havia saído de Corumbá com 100 kg de cocaína escondidos no material e seguia em direção a Sete Lagoas, em Minas Gerais.
O motorista, de 41 anos, foi preso na ação realizada por equipes da FICCO/MS e do Grupo de Repressão a Entorpecentes da Delegacia da Polícia Federal em Corumbá.
Quatro dias depois, em 10 de novembro, a apreensão aconteceu em Terenos. Na ocasião, foram encontrados 629 quilos de cloridrato de cocaína e 4,4 quilos de haxixe na carga de minério de ferro. O veículo também saiu de Corumbá, mas o destino não foi informado.
Rota - A entrada de cocaína no Brasil pela fronteira de Corumbá sempre foi um desafio para a segurança pública, mas o problema ganhou novas proporções com a desativação do transporte ferroviário e a necessidade de uso de caminhões para escoar o minério extraído na região do Rio Paraguai. Em períodos de estiagem, o rio se torna inavegável, obrigando mineradoras e transportadores a dependerem da BR-262, rota que vem sendo explorada também pelo tráfico de drogas.
As investigações já impactaram empresas do setor mineral. A LHG Mining, do grupo J&F Investimentos, sucessora da MCR (Mineração Corumbaense Reunida), recorreu à Justiça para reaver minério apreendido em fevereiro, quando o caminhão contratado para o frete foi flagrado com 423 quilos de cocaína.
A Vetorial Mineração também enfrentou episódios semelhantes, precisando comprovar a propriedade da carga e a terceirização do transporte.
Diante das suspeitas de que caminhoneiros sejam aliciados ao longo da BR-262, empresas ampliaram a vigilância nos pátios de carregamento com câmeras. Mesmo assim, o uso de compartimentos ocultos e fundos falsos continua sendo uma das principais estratégias do tráfico.
› FONTE: Campo Grande News