Energisa confirma que falha nacional afetou o abastecimento em várias regiões do Estado
Um incêndio em um reator da subestação de Bateias, localizada na região metropolitana de Curitiba (PR), provocou o apagão que atingiu parte do Brasil na noite de segunda-feira (13) e deixou moradores de ao menos 9 cidades de Mato Grosso do Sul sem energia elétrica por cerca de 30 minutos.
Em nota, a Energisa, empresa responsável pelo fornecimento de energia em 74 municípios do Estado, esclareceu que o evento foi externo ao sistema da concessionária, tendo origem no SIN (Sistema Interligado Nacional) às 0h31 (horário de Brasília), 23h31 em Mato Grosso do Sul. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) determinou o desligamento temporário de parte do fornecimento para garantir a segurança do sistema.
No Estado, segundo a empresa, Bodoquena, Fátima do Sul e Aquidauana foram integralmente afetadas, enquanto Dourados, Corumbá, Miranda, Rio Brilhante e Caarapó sofreram interrupção parcial. O fornecimento foi totalmente restabelecido às 0h54 (horário de Brasília), 23h54 no horário local.
“O fornecimento de energia no Mato Grosso do Sul já foi normalizado para todos os clientes impactados”, informou a concessionária.
Em Três Lagoas, também houve falta de energia. A empresa responsável pelo fornecimento, a Neoenergia Elektro, afirmou que o restabelecimento foi gradativo, mediante autorização do ONS. "Em cerca de 40 minutos, 99% dos clientes já estavam com o fornecimento normalizado", diz nota da empresa.
As empresas citadas não informaram o número de unidades consumidoras afetadas.
Relatos do apagão
Moradores de várias cidades relataram que a queda de energia começou por volta das 23h30 e se estendeu até pouco depois da meia-noite. “Eu estava dormindo. Acabou a luz, então o ar e o ventilador desligaram. Por isso, acordei. Aqui é muito quente. Foi entre 23h30 e meia-noite”, contou o militar do Exército Adilson Vegas, morador de Aquidauana.
Em Rio Brilhante, uma moradora relatou preocupação com a insulina que precisa ser mantida refrigerada. “Como tá sem luz na residência, corro o risco de perder o medicamento”, disse. Ela contou que, apesar de o apagão nacional ter durado meia hora, sua casa e outras residências da região conhecida como “Pia Cobra”, no distrito de Prudêncio Thomaz, estão sem energia desde domingo (13).
Apagão nacional
Além de Mato Grosso do Sul, houve registro de interrupções no fornecimento em ao menos 17 estados e o Distrito Federal. Segundo o MME (Ministério de Minas e Energia) e o ONS, o incêndio provocou o desligamento total da subestação de 500 kV de Bateias, resultando na perda de cerca de 10 mil MW de carga em todo o país.
O retorno da energia foi gradual e controlado, com recomposição total até 1h30 nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
Segundo a Agência Brasil, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que não houve falta de energia, mas um problema na infraestrutura ocasionado pelo incêndio. “É importante que a população entenda o que acontece neste momento. Não é falta de energia. É um problema na infraestrutura que transmite a energia. Quando se fala em apagão, a gente sempre lembra aqueles tristes episódios de 2001 e de 2021 que, na verdade, aconteceram por falta de energia e falta de planejamento. Hoje não. Hoje, nós temos muita energia".
Segundo o Ministério de Minas e Energia, está programada para hoje uma reunião preliminar com os principais agentes envolvidos para identificar as causas. Em seguida, terá início a elaboração do RAP (Relatório de Análise da Perturbação) até sexta-feira, 17/10.
Prefeitos ainda avaliam impactos
A reportagem tentou contato com o prefeito de Anastácio, Manoel Aparecido da Silva, mas a ligação não foi atendida. O gestor de Aquidauana, Mauro Luiz Batista, afirmou que ainda tomava conhecimento da proporção do apagão, pois não estava na cidade. Já o prefeito de Dois Irmãos do Buriti ponderou que a falta de energia é algo recorrente no município e também verificava se houve prejuízos.
› FONTE: CG News