O boletim de ocorrência registrado pela Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso (DAIJI) de Dourados descreve de forma minuciosa como os três adolescentes, apreendidos com facas dentro da Escola Municipal Indígena Francisco Meireles, vinham planejando um possível ataque contra professores e colegas.
A intenção foi descoberta após uma denúncia que mobilizou a Guarda Municipal na manhã de terça-feira (30). Quando a equipe da Ronda Escolar chegou ao local, os menores já estavam contidos na sala da direção, junto de professores.
De acordo com o registro, os adolescentes, de turmas diferentes, estavam trocando informações há dias e discutindo estratégias para executar o plano.
Um dos envolvidos, de 13 anos, relatou que a ideia surgiu a partir da organização de um “massacre na escola” e que buscavam inspiração em casos semelhantes vistos na internet.
Entre as táticas mencionadas, estavam agir em grupo, manter o silêncio, posicionar-se de costas para a parede, portar mochilas pesadas e se revezar em entradas e saídas das salas, escolhendo momentos estratégicos como o intervalo. Dois deles estavam armados com facas de 25 e 35 centímetros, enquanto o terceiro levava anotações e desenhos com símbolos nazistas.
Um dos episódios que levantou suspeita ocorreu quando a professora de Geografia, apontada como alvo pelos adolescentes, entrou em uma sala e percebeu os três encostados contra a parede, em silêncio e isolados dos demais colegas. Ela tentou conversar e questionar o comportamento, mas os menores não responderam, o que reforçou a desconfiança.
Pouco depois, outro professor abordou um dos adolescentes, que se recusava a abrir a mochila. O objeto aparentava estar pesado e, ao ser inspecionado pela direção, foram encontradas as facas. A Guarda Municipal foi então acionada.
Segundo o boletim, um dos menores ainda tentou disfarçar a arma dentro da mochila e resistiu a entregá-la quando solicitado. Apesar da gravidade da situação, ninguém ficou ferido.
Após a apreensão, os adolescentes e testemunhas foram encaminhados à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde ficaram à disposição da Justiça.
› FONTE: Dourados News