Policial acusado de auxiliar advogados do PCC é alvo de ação contra tráfico
Publicado em 10/07/2025
Editoria: Polícia
Jonathas Cândido foi alvo do Gaeco em operação contra quadrilha que usava caminhoneiros para tráfico.
O policial penal Jonathas Wilson Moraes Cândido, já conhecido por ser réu em um processo que apura corrupção e facilitação de benefícios a presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), foi novamente alvo de uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Desta vez, ele figura entre os investigados da Operação Blindspot, deflagrada na quarta-feira (9), que mira uma quadrilha especializada no tráfico interestadual de drogas.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, a organização criminosa cooptava caminhoneiros para o transporte de entorpecentes, escondidos sob cargas lícitas em mochilas, estepes, cilindros de oxigênio e caixas. Foram cumpridos 67 mandados judiciais, sendo 37 de prisão e 30 de busca e apreensão, em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
No Estado, a operação teve alvos em Campo Grande, Dourados, Corumbá e Ladário. Nos outros estados, os mandados foram executados em cidades como São Paulo, Campinas, São José do Rio Preto, Mairinque, Mirandópolis, Caiuá (SP) e Uberaba (MG).
Até o momento, o Gaeco não detalhou qual seria seu papel no novo esquema.
Caminhão com os cilindros de oxigênio sendo levado para o Corpo de Bombeiros (Foto: Direto das Ruas)
Sintonia dos Gravatas - Jonathas foi preso preventivamente em março de 2022 na Operação Courrier, também conhecida como Sintonia dos Gravatas, que desarticulou um esquema de venda de favores a presos ligados ao PCC, com a participação de advogados e servidores públicos. O policial penal é acusado de facilitar transferências e regalias para detentos, mediante pagamento.
Em junho do mesmo ano, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerou ilegal a prisão preventiva, por entender que não havia urgência na medida e que o servidor era réu primário, com bom histórico funcional até então. Ele foi solto sem tornozeleira eletrônica e segue respondendo ao processo em liberdade, sem medidas cautelares.
As audiências do caso anterior começaram em fevereiro de 2023, na 6ª Vara Criminal de Campo Grande. Até o momento, não há sentença definitiva.
Mesmo sob investigação, Jonathas permanece em atividade na Agepen, com salário bruto de R$ 7.334,91, segundo dados do Portal da Transparência. Ele também é citado em uma denúncia por ameaça a vizinho, registrada em 2022, o que reforça o histórico de denúncias envolvendo sua conduta.
› FONTE: Campo Grande News