Portal de Aquidauana

Seja bem vindo,

Cotação
Aquidauana

Senadora e ministra de MS foram espionadas ilegalmente pela Abin

Publicado em 04/02/2024 Editoria: Brasil


Polícia Federal investiga uso de sistema de inteligência acessado mais de 60 mil vezes no governo de Bolsonaro
 
Os nomes da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da senadora Soraya Thronicke (Podemos) constam em lista de políticos espionados por organização criminosa que agiu na Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
 
A Polícia Federal já cumpriu mandados de busca e apreensão com a Operação Vigilância Aproximada, mas não divulgou detalhes. No entanto, o Jornal da Band exibiu nomes dos políticos e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que foram alvo da espionagem.
 
Sem autorização judicial, membros da organização usavam a Abin para monitorar autoridades durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por meio de ferramentas de geolocalização.
 
Com informações de fontes da Polícia Federal, o jornalista Túlio Amâncio revelou que o sistema espião foi acionado mais de 60 mil vezes, por isso os policiais ainda fazem o levantamento da atuação da organização criminosa. Conforme o jornalista, aliados de Bolsonaro, que passaram a divergir com seu grupo político entraram na lista de espionados, inclusive seus ministros.
 
De acordo com as investigações, a organização ilegal seria comandada pelo delegado da Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, mas o vereador pelo Rio de Janeiro e filho do então presidente, Carlos Bolsonaro, estaria por trás do esquema. Eles negam a participação nas ações da organização e ainda não foram ouvidos pela PF, conforme a reportagem veiculada pela Band.
 
Soraya apoiou e recebeu apoio de Bolsonaro durante as eleições de 2018, mas se afastou do grupo político do ex-presidente por divergência de opiniões. Ela e a então senadora Simone atuaram na CPI da Covid, Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que apurou ação do Governo Federal no combate à pandemia da covid-19.
 
A senadora demonstrou indignação, disse que irá “até às últimas consequências” na busca por Justiça e revelou que até seus familiares foram espionados.
 
“Quer saber o que é pior do que você ser ‘arapongada’ ilegalmente pela Abin? É ter seus familiares ‘arapongados’! Por que eles monitoram nossos cônjuges e nossos filhos? Quero muito saber a resposta! Eu também irei até as últimas consequências!”, disse Soraya.
 
Soraya destaca que não existe “Abin paralela”, como têm mencionado alguns veículos de comunicação, mas sim a Abin, o órgão oficial. "Eram os primeiros escalões atuando por meio da Abin! Era a Abin cometendo ilegalidades!", pontuou a senadora.
 
O Campo Grande News não conseguiu contato com a ministra Simone, na manhã deste sábado (3), e aguarda resposta de sua assessoria sobre o assunto. Em entrevista ao jornalista Marcelo Auler, do portal Brasil 247, ela comentou a situação.
 
“Estou muito bem acompanhada. Por parlamentares que não se furtaram a criticar desmandos, retrocessos ambientais e sociais, e omissão na pandemia”, disse Simone, referindo-se aos políticos que integram a lista de nomes que constam como vítimas da organização.
 
Consequências - Conforme a PF, nas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias sem qualquer controle judicial ou do Ministério Público. "Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei", informou a PF em nota oficial.
 
O ministro do STF, Cristiano Zanin, deu dez dias ao Congresso para apresentar uma regulamentação do uso de programas que permitam monitoramento de cidadãos. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, solicitou ao STF a lista completa de deputados e senadores espionados.
 


› FONTE: Campo Grande News