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Militar se passou pela esposa e respondeu amigas para despistar desaparecimento

Publicado em 08/02/2022 Editoria: Polícia


Depois de matar Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, o militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, se passou pela jovem e respondeu as amigas dela nas redes sociais, para despistá-las e evitar que procurassem a polícia diante do desaparecimento da jovem. Natalin foi encontrada morta na tarde deste domingo (6), à margem da rodovia BR-060, na saída para Sidrolândia, em Campo Grande.
 
Tamerson foi preso nesta segunda-feira (07) por policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações) da Polícia Civil. Os investigadores estiveram na residência e Tamerson, em primeiro momento, alegou que a esposa havia ido embora de casa. Antes mesmo que os policiais mencionassem que o corpo havia sido encontrado, a filha do casal, de 4 anos, teria relatado o que o pai disse à ela, que a mãe teria passado mal e morreu no hospital.
 
Depois, a criança ainda afirmou que viu o pai guardando o telefone de Natalin em cima do guarda-roupas. Ao verificar o aparelho, os policiais encontraram mensagens de Natalin, supostamente se despedindo. Nervoso, Tamerson se contradisse em algumas respostas e acabou confessando o crime. Então, foi levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde foi interrogado.
 
Na delegacia, o militar alegou que o casal estava junto há seis anos, no entanto, os desentendimentos se intensificaram nas últimas semanas. Em sua versão, Tamerson disse que Natalin fumava, bebia muito e usava cocaína, por isso, ficava agressiva e constantemente o agredia. Relatou que nunca revidou e sempre tentava segurá-la durante essas supostas agressões.
 
Há cinco meses, Tamerson diz que o casal não mantinha relação sexual e por causa dos desentendimentos constantes tentava se separar, mas Natalin não aceitava, resumindo a relação como "insuportável".
 
Na data do crime, sábado (05), em sua versão, Tamerson conta que Natalin chegou em casa por volta das 2 horas da madrugada, transtornada, sob efeito de álcool e drogas. O casal discutiu e então, segundo o militar, Natalin avançou nele. Tamerson não estava dando conta de segurá-la, quando deu um golpe mata-leão na vítima, que desmaiou.
 
No relato na delegacia, o militar disse que ficou desesperado e tentou acordá-la, mas logo percebeu que ela estava morta. Com medo de ser preso e perder a filha, enrolou o corpo em um lençol e deixou no porta-malas, até o dia seguinte, quando levou a filha na escola. O corpo estava no porta-malas e então Tamerson seguiu para a rodovia. Ele acessou uma estrada de chão, andou mais um pouco, e escondeu o corpo no mato.
 
Depois, seguiu até a Base Aérea de Campo Grande, onde marcou encontro com uma mulher no site de acompanhante. O militar afirma que não manteve relação sexual e que apenas desabafou sobre seu relacionamento, sem mencionar que havia matado a esposa.
 
Por volta das 18 horas, Tamerson buscou a filha na escola e saiu para lanchar com ela. Procurado pelas amigas de Natalin, tentou despistar. Se passou por ela nas redes sociais e utilizando o aparelho da jovem, respondeu mensagens e até mandou uma se despedindo, tudo para evitar que as amigas procurassem a polícia para registrar o desaparecimento.
 
Depois, anunciou o celular de Natalin no Facebook por R$ 3 mil e guardou os pertences dela em cima do guarda-roupas. Tamerson Ribeiro foi ouvido na Deam e está à disposição da Justiça, aguardando a audiência de custódia nesta terça-feira (08).
 
O caso - O corpo foi encontrado no domingo (06), pelo funcionário de uma fazenda, no matagal ao lado da porteira de entrada de uma propriedade rural, no Km 372 da BR-060. Ela não portava documentos e foi identificada depois.
 
Conforme investigado por policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações), Tamerson deixou o corpo da mulher no porta-malas do carro por quase três dias antes de desova-lo à margem da BR-060, em Campo Grande. A investigação aponta que a jovem foi assassinada na madrugada de sexta-feira (4) e o cadáver abandonado na rodovia no último domingo.
 
Torturada - A possível causa da morte seria asfixia por estrangulamento. Além de estar com uma fratura no braço e o pescoço quebrado, a vítima tinha ferimentos, principalmente nas pernas, parecidas com queimaduras de ponta de cigarro. 


› FONTE: CAMPO GRANDE NEWS