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Pai que matou filho de 2 anos afogado em bacia pediu para ser julgado

Publicado em 25/08/2021 Editoria: Região


Evaldo Zenteno não quis pedir adiamento do júri para fazer exame de insanidade. (Foto: Marcos Maluf)

Evaldo Zenteno não quis pedir adiamento do júri para fazer exame de insanidade. (Foto: Marcos Maluf)

Em apenas quatro horas de julgamento, Evaldo Christyan Dias Zenteno, 23 anos, foi condenado a 20 anos de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado pela morte do filho, Miguel Henrique dos Santos Zenteno, de 2 anos, ocorrida em 12 de setembro de 2019.
 
A sentença foi presenciada por apenas sete pessoas que estavam na sala de julgamento da 1ª Vara do Tribunal do Juri. Quatro eram da família da mãe da vítima, Thayelle Cristina Bogado dos Reis, 23 anos, (ela, pais e o irmão), e três de Evaldo, que saíram rapidamente ao fim da sessão.
 
O réu ouviu a sentença de cabeça baixa, sem esboçar reação. Somente levantou a cabeça, quando foi retirado pela escolta da sala, mas não olhou para a família ou para a ex-companheira.
 
A mãe da criança, Thayelle Cristina Bogado dos Reis, que reside em Aquidauana disse apenas que esperava a sentença máxima, mas se mostrou satisfeita com o resultado. “A justiça foi feita”. Grávida de 9 meses, se emocionou várias vezes durante o júri.
 
Evaldo matou o próprio filho por vingança e inconformado com o fim do relacionamento com Thayelle. Segundo a denúncia, por cerca de 10 minutos, empurrou a cabeça do menino em bacia cheia de água.
 
Celeridade - O julgamento terminou antes do prazo regular, já que que a acusação abriu mão da réplica, depois da sustentação oral feita pelo defensor público Igor César Manzano Linjardi, que admitiu a impossibilidade de contestar alguns quesitos que seriam formulados aos jurados.
 
“Tem coisa aqui que não tem o que fazer. ‘Evaldo matou? Sim’; ‘Você quer absolvê-lo?’ A defesa técnica entende que não”, disse o defensor público.
 
O defensor explicou que entrou no caso há 15 dias e, ao verificar os autos, constatou que não havia teste de insanidade mental, que poderia ser linha adotada por ele.
 
Segundo ele, Evaldo “só pode ser louco”, e avalia que se enquadraria no transtorno de amor patológico, “quando o amor deixa de ser bonito, que tanto a gente busca, e vira obsessão". O defensor chegou a ler artigo médico que trata do assunto.
 
Ao se encontrar com Evaldo, falou sobre a possibilidade do exame, mas que isso significaria o adiamento do julgamento.
 
Mas Evaldo se negou. “Doutor, eu não aguento mais a angústia da espera desse julgamento. Eu preciso que o resultado do meu julgamento saia", contou Linjardi.
 


› FONTE: Campo Grande News