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Mãe buscou cura e feriu criança por “ignorância”, investiga polícia

Publicado em 11/01/2021 Editoria: Polícia


Após depoimentos e laudo, apuração afasta hipótese de estupro contra menina de 3 anos; mesmo assim, família pode ser punida
 
Depois de ficar presa por seis dias, a mãe da menina de 3 anos que sofreu queimaduras de 2º grau e lesões no ânus durante suposto ritual de cura, ganhou o direito de responder ao inquérito, aberto pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Aquidauana, em liberdade.
 
No dia 6 de janeiro, a Polícia Civil foi chamada por médico que atendeu a criança e suspeitou que a paciente havia sofrido violência sexual.
 
Hoje, porém, depois de ouvir a mãe, por mais de uma vez, coletar o depoimento do padrasto e do profissional de saúde que recebeu a menina no Hospital Regional de Aquidauana, a principal linha de investigação da delegada Karen Viana de Queiroz, responsável pelo caso, é que a mãe tenha ferido a filha por “pura ignorância”.
 
A lesão [anal] é igual [às de estupro], mas agora os depoimentos vão contextualizar. Qual foi o objetivo? Se libidinoso ou não”, explicou a delegada.
 
Foi a mãe da criança quem chamou o médico responsável pelo atendimento aos indígenas aldeados da região e esse profissional, ao mesmo tempo em que enviou a menina para o hospital, acionou a polícia. Naquela dia, a mulher foi presa.
 
Num primeiro momento, a mãe disse que o padrasto havia abusado da filha. A polícia foi atrás dele, na fazenda onde trabalha, e o mesmo negou a acusação. O homem revelou que a mãe e a avó materna da menina haviam levado a criança em um curandeira.
 
Confrontada, a mulher admitiu ter mentido sobre o companheiro. Disse que a filha estava constipada há pelo menos 10 dias e por isso, procurou tratamento alternativo. A curandeira fez a menina se sentar em tijolos quentes e a mãe afirma que assim que percebeu que a filha estava se queimado, a pegou no colo.
 
A criança teve queimaduras graves. Mas, ainda supostamente em tentativas de fazer a criança defecar, a mulheres manusearam um palito de madeira (desses usados para fazer as unhas) e introduziram o dado no ânus da criança. Por isso, ele apresentava sangramento quando chegou ao hospital.
 
A vítima passou por lavagem intestinal e teve os ferimentos tratados no hospital. Ela foi encaminhada para abrigo pelo Conselho Tutelar.
 
Ainda segundo a delegada, outras evidências de que a criança não teria sido estuprada são que ela tem histórico de constipação e exames não detectaram lesões na vagina. 
 


› FONTE: Campo Grande News