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Ritual de cura em aldeia de Aquidauana envolvendo criança resulta em prisão

Publicado em 07/01/2021 Editoria: Polícia


O relato policial é forte e revoltante. É preciso priorizar investigações com intuito de esclarecer os detalhes deste caso. Tudo começou por volta das 11 horas de ontem, quarta-feira (06) quando a Delegacia de Atendimento a Mulher de Aquidauana recebeu a denuncia de um médico de que uma criança de apenas 3 anos poderia ter sido vítima de abuso sexual.
 
De imediato, diligências foram realizadas por uma equipe da DAM - Delegacia de Atendimento à Mulher de Aquidauana com apoio do SIG – Serviço de Investigações Gerais e da 1ª Delegacia de Polícia Civil.
 
Uma das equipes se deslocou para uma fazenda onde o padrasto trabalhava, suspeito do abuso sexual, segundo a mãe da criança. 
 
O homem foi localizado e também conduzido para a Delegacia de Polícia, porém negou o cometimento de qualquer abuso sexual contra o seu enteado de apenas 3 anos.
 
O homem explicou que por conta da constipação intestinal que a criança estava sofrendo há muitos dias, a mãe e a vó introduziram objeto fino, tipo palito de unha, e o dedo no ânus da criança para tentar retirar as fezes, o que causaram diversas lesões.
 
Diante da gravidade das lesões no ânus e constipação intestinal, a menor teve que passar por uma cirurgia de emergência, a princípio sem constatação de abuso sexual. Entretanto após o atendimento médico, verificou-se que além de lesões no ânus, a criança também possuía uma queimadura grave na parte de trás de uma das pernas. 
 
Em depoimento à polícia, a mãe da criança confirmou que havia levado a vítima para uma curandeira em aldeia indígena por conta da constipação intestinal de 10 dias, e que durante esse procedimento de colocar a criança para sentar em um tijolo fervendo, teria ocorrido a queimadura na perna. 
 
Somente por conta da gravidade da queimadura foi que a autora levou a criança para ser atendida por um médico na aldeia, ignorando totalmente as lesões, sangramento e dor causadas na criança de 3 anos em virtude de introdução forçada de objeto e dedo em seu ânus.
 
Além disso, a autora apresentou várias contradições em seu interrogatório, e finalmente informou que mentiu ao imputar o abuso sexual ao seu companheiro, sendo que, juntamente com sua mãe, tentaram retirar as fezes da criança de forma manual e com a introdução de objeto, o que a fez sangrar e causou graves lesões.
 
A mãe da criança foi presa em flagrante pelo delito de tortura com aumento de pena por ter sido cometida contra criança, que duraram cerca de um dia e uma noite. Os demais envolvidos serão intimados para prestar depoimento sobre os fatos.
 
A Policia Civil de Aquidauana em nota encaminhada a imprensa esclarece ser inadmissível o cometimento de maus-tratos, tortura e abuso sexual contra menores, sendo que estes e quaisquer outros delitos cometidos contra grupo vulnerável serão investigados e punidos na forma da lei.
 


› FONTE: Com informações da Policia Civil de Aquidauana